quinta-feira, 1 de outubro de 2015

[Opinião] 'O Meu Nome É' de Alastair Campbell


‘O Meu Nome É’, de Alastair Campbell, (gentilmente cedido pela editora Bizâncio) foi mais um daqueles livros que, por qualquer motivo, nunca pensei em ler. Pela sinopse vemos que se trata da luta de uma rapariga, Hannah, contra o alcoolismo, mas o livro acaba por ser muito mais do que isso. Para mim, este livro foi como uma versão mais actualizada do livro que marcou a minha adolescência: ‘Os Filhos da Droga’. 

Aqui estamos constantemente a ver Hannah pelos olhos de quem a rodeia. Inicialmente pensei que seria complicado prender-me a este livro por vários motivos, sendo que o principal seria o facto de não haver repetição dos narradores ao longo da história e por não termos a visão de Hannah até ao final do livro. Esta divisão de capítulos acabou por ser uma mais-valia. Na minha opinião, esta foi a melhor forma possível de perceber o impacto que a adição de Hannah tinha em quem a rodeia. Foi sentir que nós como leitores víamos de facto a vida desta personagem e o desenrolar dos seus problemas por várias e diversificadas perspectivas, desde os seus pais aos pais de amigos, sem sentir que nos era impingida a opinião de uma só personagem.

Tive pena de no decorrer do livro não existirem alguns capítulos com o ponto de vista de Hannah. Embora facilmente, através do diálogo, sejam transmitidos os sentimentos ou pensamentos desta personagem, senti ligeiramente a falta de ver a perspectiva de Hannah em destaque, provavelmente por não estar habituada a leituras com tantos narradores não incluindo a personagem principal.

O fim do livro foi outro dos aspectos que gostei neste livro. A luta contra a adição, seja ela qual for, é uma luta para a vida. Não teria ficado tão satisfeita se este livro tivesse um final do género ‘agora está tudo bem, viveu feliz para sempre’. É um livro bastante realista que retrata perfeitamente a sociedade em que vivemos, em que os adolescentes (claro que nem todos são iguais, mas muitos deles) cada vez mais bebem para ficarem alcoolizados, para sentirem a dormência e a falta de inibição que vem com a bebida.

Um livro realista e actual, que não só os pais deviam ler, mas também os jovens que muitas vezes enveredam por estes caminhos sem pensar nas consequências. 


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