quarta-feira, 14 de outubro de 2015

[Opinião] 'À Morte Ninguém Escapa' de M. J. Arlidge


‘À Morte Ninguém Escapa’ de M. J. Arlidge, publicado pela Topseller, é daqueles livros que não havia outra opção: quando sair tem que vir cá para casa! Esperava ansiosamente pelo lançamento deste livro para regressar à história da detective Helen Grace. ‘Um Dó Li Tá’, o 1º livro desta série e uma das minhas leituras favoritas de 2014, prendeu-me de tal forma que mal podia espera por pôr as mãos neste livro, e inevitavelmente, comparar esta leitura à sua antecessora.

Neste livro Helen Grace procura o culpado pelos homicídios violentos de homens de família que vivem vidas duplas. Não senti tanto o factor do jogo psicológico neste livro como no anterior (algo que adorei em ‘Um Dó Li Tá’), mas este é sem dúvida um livro mais sangrento nas mortes que descreve e com um assassino como uma espécie de justiceiro social. Ao mesmo tempo somos apresentados ao súbito interesse de Helen por Robert, o que no início da leitura deixa adivinhar uma possível relação familiar entre ambos, embora só no decorrer da leitura seja desvendada.

Agradou-me imenso que não tenham sido esquecidos os acontecimentos do livro anterior, principalmente o impacto que estes tiveram em Helen e Charlie. Conseguimos ver na leitura como estas ainda se debatem contra os efeitos que o caso anterior teve em ambas e gostei de ver a luta interna pela qual ambas passaram para irem colocando esta história no seu passado.

Mais uma vez temos capítulos curtos, que dão a este livro um ritmo alucinante, especialmente a partir do meio do livro, altura em que já só pensava ‘mais um capítulo e vou dormir’. Com M. J. Arlidge nunca é só mais um capítulo.

Temos também uma vez mais capítulos com diferentes pontos de vista, com diferentes narradores, o que nos permite estar na cabeça do assassino, sem perder o elemento surpresa quando finalmente descobrimos quem é.

E será possível torcermos para que o assassino se safe? Eu respondo: sim. O lado humano que vemos do assassino, a sua história de vida, tudo o que leva até ao momento final em que pensamos ‘pronto, agora não há nada a fazer’… Eu torci pelo assassino, eu senti pena dele. E isto é algo muito difícil de se ver numa leitura, vermos no assassino características tão humanas e pensarmos que poderia acontecer a qualquer um de nós.

E mais uma vez, o factor surpresa quando finalmente descobrimos o assassino. Durante toda a leitura, ao vermos capítulos na perspectiva do assassino pensamos saber, pelo menos de certo modo, quem será o assassino. Mas afinal não sabemos. E esta revelação foi para mim chocante e ao mesmo tempo pensei, ‘mas como é que eu não pensei nisto’.

Um livro que recomendo totalmente, uma leitura viciante, ritmo alucinante e um assassino com o qual não conseguimos ficar indiferentes. Espero mesmo que a Topseller aposte na continuação desta série no nosso país, M. J. Arlidge é um autor a seguir.

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