sábado, 20 de maio de 2017

[Opinião] 'A Herança Bolena' de Philippa Gregory (The Tudor Court #3)


‘A Herança Bolena’, recentemente reeditado pela Planeta, é o terceiro livro que leio de Philippa Gregory nesta sua romantização histórica da época dos Tudors. O livro é relatado por três mulheres que tiveram diferentes papéis na corte de Henrique VIII: Ana de Clèves, a quarta mulher do rei de Inglaterra; Catarina Howard, aia da rainha e mais tarde quinta mulher de Henrique VIII; e Jane Bolena, aia de todas as rainhas de Henrique, viúva de Jorge Bolena e cunhada da rainha Ana Bolena, que ajudou a enviar ambos para o cadafalso.

A autora consegue entrelaçar como ninguém o ponto de vista de três diferentes personagens históricas, não esquecendo as suas particularidades e não descurando na evolução de cada uma delas com o decorrer da acção.

Apesar de uma diferença abismal entre a inocência de Ana de Clèves, a ambição e ganância da pequena Catarina Howard e o ciúme cego de Jane Bolena, estas três mulheres acabam por estar unidas pela loucura de Henrique VIII que influenciou para sempre a história, deixando a sua marca nestas três mulheres de distintas formas.

Também as personagens que não nos relatam a acção são tidas em grande consideração, e através dos relatos destas três mulheres conseguimos perfeitamente entender o que as move e as suas principais características e evolução.

As descrições históricas do ambiente envolvente, quer a nível político e social, bem como outros pormenores da decoração e rotinas da época, também não são descurados e Philippa Gregory é magistral neste registo, com descrições detalhadas, brilhantemente entrelaçadas na narrativa.

Apesar de serem pedaços da história, e por isso já sabemos como irá terminar, a autora consegue tornar estas personagens históricas, independentemente das suas motivações, em personagens apaixonantes pelas quais torcemos até à última página, numa leitura viciante e envolvente que não conseguimos parar.

Para quem apreciar romances históricos, é obrigatória a leitura da obra de Philippa Gregory, que para mim é a autora que mais se destaca no género.


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